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São Paulo – Miséria, desigualdade social, violência, carência de recursos e de investimentos públicos nas comunidades nas quais o problema se localiza com maior peso, marcadamente com ausência de políticas educacionais e culturais que fixem as crianças nas escolas e fortaleçam os laços familiares e sociais. Como reforçam o pesquisador Paulo Amarante, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) e o sanitarista Luis Eugênio de Souza, presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), essas são as origens do consumo de crack e sobre elas devem agir as autoridades em busca da solução para o problema – e não determinar a internação compulsória dos usuários, como tem sido feito em vários estados brasileiros, como no Rio de Janeiro e em São Paulo. “São muitos os fatores que estão associados à questão da droga na sociedade, e não apenas a inclinação pessoal, ou seja, psíquica, das pessoas com dependência”, disseram.
Em artigo publicado recentemente – Crack: cuidar e não reprimir –, eles questionam a determinação para internar de forma compulsória os usuários e defendem a abordagem das determinações sociais, entendidas como “medidas imediatas e permanentes ou de cuidado e assistência efetiva das pessoas que fazem uso abusivo de drogas”. Para eles, insistir na ideia do recolhimento compulsório é o pior dos caminhos. “Além de ser uma medida considerada inconstitucional por especialistas do Direito, é ineficaz como tratamento na medida em que a quase totalidade dos internados retornam imediatamente ao consumo da droga”, disseram.
Leia o artigo na íntegra:
"A questão do consumo de crack entrou com forte destaque na agenda nacional. É raro o dia em que a grande imprensa não aborde o assunto. E de fato, não há como negar que o uso de crack se tornou um problema de saúde pública. Exatamente aí é que se vê o maior equívoco e a maior contradição do enfrentamento do problema. É um problema de saúde e não de segurança pública.
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