Toxina Botulinica
A Toxina Botulínica é produzida por uma bactéria distribuída no solo chamada Clostridium botulinum, responsável pela doença conhecida como botulismo, que é causada pela a ingestão da bactéria em alimentos conservados em condições impróprias, tais como enlatados e empacotados a vácuo que receberam esterilização inadequada. A toxina é digerida no estômago, absorvida no trato intestinal e disseminada por via hematogênica até as terminações pré-sinápticas periféricas. Ela age no axônio motor impedindo a liberação de acetilcolina nas sinapses periféricas e causa disfunção autonômica, que resulta na paralisia dos músculos estriados e lisos, perda dos reflexos de estiramento e fraqueza súbita e progressiva dos músculos. Para que haja contração muscular é necessário que a acetilcolina (ACH) seja liberada na placa motora; isto ocorre quando a ACH difunde-se pela fenda sináptica para o receptor colinérgico e, com isso, a membrana pré-sináptica fica permeável ao sódio e ao potássio. Quando o sódio entra na fibra muscular o potencial da placa motora diminui (despolarização) originando o potencial de placa motora (PPM). Se o PPM ultrapassar o potencial limiar ocorrerá despolarização da membrana, propagando o impulso para toda a fibra muscular, gerando a contração muscular.
Sabendo disso, diversos pesquisadores iniciaram estudos tentando utilizar a toxina botulínica para paralisar músculos espásticos de pacientes com lesões do sistema nervoso central. Em 1978, Scott iniciou seus experimentos em humanos e em 1980 utilizou a toxina botulínica tipo A, primeiramente para tratamento de estrabismo e mais tarde para distonias focais, espasmo hemifacial, sincinesias, espasticidade, tremores, tiques, distúrbios do assoalho pélvico e distúrbios de motilidade gastrointestinal. Os pacientes com espasticidade estabelecida pela paralisia cerebral não podem ter ganhos funcionais sem o movimento ativo das articulações acometidas oferecidos pela fisioterapia.
Dessa forma,