O C U ESCURO DE BAAL
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Prefácio
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Escrito de forma totalmente livre, o texto explora sensações, imagens oníricas, e possibilidades poéticas da palavra, sublimando o pensamento reto da objetividade construtiva imagética literária denotativa. O texto flui quase como um transe hipnótico. Com estória(s) não-linear, ou sem estória mesmo a ser costurada dramaturgicamente. O que está sendo narrado ganha vida e força em contato com a imaginação de cada leitor que se deixa penetrar pelo estado de delírio que as visões sugerem. É, nada mais, apenas um escrito sensível e surdo. Fechado em si, mas aberto para quem quiser contemplá-lo – a Arte.
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*Imagem da capa: “Comus” – Arthur Rackham, 1921.
*Desenhos: Katiuscia de Sá.
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Para Bruno Colli.
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O coração dele brilhava feito estrela naquele emaranhado azul
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“Quero um amor feito Baal.”
“Eu seria eternamente sua nuvem branca naquele céu escancarado de negro.”
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“Eu só quero que a verdade venha à tona...”
“Você só saberá a verdade, quando olhar no rosto dela.”
“Já é tarde, agora durma. E nada mais.”
“Já disse, eu não sei lidar com ela, apenas com a bebida que escorre na minha garganta... e os pensamentos que fogem e ressecam na minha mente.”
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“Isso é poesia de lugar algum...”, era o que as serpentes gritavam no rio.
Então veio a noite, e não era escura... era apenas uma criança nua que brincava no pátio da
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casa.
E assim vinha outro livro que se escrevia sozinho.
“Eu disse que só queria estar com ela... mas até mesmo os cordeiros brigam entre si. Assim
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aconteceu comigo e com ela” – este que lhe fala é por uma voz de homem... a outra que adormece, é a mulher da espuma de prata, uma poesia qualquer que