O Uso Ético das Tecnologias
Introdução
Uma das questões que se levanta com grande freqüência nesse início do Terceiro Milênio é a da postura ética no uso da tecnologia. Quando o assunto é esse, não importa que estejamos falando de áreas completamente distintas da atuação humana, como as de medicina, jornalismo, física , familiar , educacional , profissional , religiosa ou marketing. Em qualquer uma delas, o emprego da tecnologia sempre levanta uma indagação a respeito de quais limites devem ser respeitados e de quais devem ser superados.
Mas será que essa é uma problemática exclusivamente contemporânea? Viveríamos nós em um período assim especial, ao qual não se aplicam os preceitos herdados dos antigos, medievais e modernos? Ou o caso seria outro?
A proposta do presente artigo é a de sugerir uma rápida e resumida reflexão dirigida a respeito do assunto, sem a pretensão de oferecer soluções nem análises profundas da questão apresentada.
De Onde (Parece Que) Viemos
Ao passarmos a história da humanidade em rápida revista, encontramos indícios claros de que todos os desenvolvimentos tecnológicos levaram a humanidade a situações merecedoras de maior atenção no campo ético, mesmo que não se observe nenhuma revisão ética de fato.
Como exemplo disso, podemos relembrar passagens históricas significativas, em que o uso de novas tecnologias, principalmente nas guerras, levou a uma mudança no equilíbrio do poder. Recuando uns dois mil e quinhentos anos no tempo, encontramos a prática utilizada pelos bárbaros de lançar "bombas" de veneno sobre os depósitos de sementes das cidades sitiadas, para minar a resistência à invasão. Tal estratégia empregava o uso de diversas técnicas, como as de extrair e combinar materiais para se obter o veneno, ou ainda a tecnologia envolvida na construção das armas de arremesso utilizadas, desde fundas até catapultas.
Ao longo da Idade Média, surgiram novas armas de destruição em grande escala, capazes de