O tratado de versailles de 1919
Introdução
Nenhum evento nas relações internacionais tem tanta capacidade de transformar a forma como se pensa o cenário mundial quanto uma guerra. Em sistemas de equilíbrio de poder, mudanças tão drásticas, sejam elas territoriais, politicas e econômicas, podem significar seu próprio declínio, sendo fundamental a compreensão do conflito e a estabilização deste balanço de poder.
Sendo assim, com o término da Primeira Guerra Mundial, se faz necessário repensar a política internacional, principalmente no que diz respeito ao equilíbrio de poder europeu. Questões adormecidas há praticamente um século, como a manutenção da paz entre Estados soberanos, ressurgem nas negociações do Tratado de Versailles, documento que, além de concluir a Primeira Grande Guerra, marca o nascimento das Relações Internacionais como disciplina, instaurando um caráter liberalista nas análises da Política Internacional.
Este trabalho tem por finalidade analisar a construção e efeitos do Tratado de Versailles na compreensão da Política Internacional a partir de então, além de apontar seus equívocos que culminaram na Segunda Guerra Mundial apenas vinte anos depois.
1. Contexto Histórico
A Primeira Guerra Mundial, que se desenvolveu entre 1914 a 1918 na Europa central e somou pelo menos 25 milhões de mortes, foi o conflito resultante da tensão construída pelos Estados imperialistas europeus no fim do século XIX e início do século XX.
As causas que levaram as potências imperialistas à Grande Guerra permanecem motivo de debate entre especialistas.
Segundo Martin Kelly, da Universidade da Flórida, as causas mais amplamente aceitas são:
1) As Alianças de Defesa Mútua entre: Rússia e Sérvia; Alemanha e Império Austro-Húngaro; França e Rússia; Grã-Bretanha, França e Bélgica; Japão e Grã-Bretanha. “O Império Austro-Húngaro, ao declarar guerra contra a Sérvia, envolve a Rússia para defender a Sérvia. A Alemanha, notando a mobilização da Rússia,