o trabalho
Desde meados da década de 1970, vem-se percebendo – sobretudo nos círculos acadêmicos – que o modo capitalista de produção está a passar por algum tipo de profunda transformação em sua natureza econômica e social, e daí, também política. Estudos fundadores apontando nessa direção foram, entre outros, os de Marshall[2] (1967), Offe[3] (1989), Harvey[4] (1996), Cocco (1996)[5], Becattinni[6] (1997), Corò (1999)[7],
Pochmann[8] (2001) e Jeammaud[9] (2002). Embora distintos quanto às metodologias, terminologias, motivações e objetivos, eles sustentam, com base em dados e análises sérias, estar o capitalismo evoluindo para um novo regime de produção, baseado numa “sociedade pós industrial” (nos serviços), ou uma nova divisão internacional do trabalho, ou novas formas de exclusão social, ou capitalismo baseado na ciência e tecnologia, ou a financeirização da economia, ou a organização em distritos industriais para um desenvolvimento regional (Terceira Itália), ou uma certa organização do processo produtivo nas características socioculturais de uma camada da população, ou nas redes de comunicação da informação.
Qualquer que fosse o foco central da análise, logo a rotulação preferencialmente adotada por estes e outros autores, começavam todos a entender que, nesta etapa, então, do capitalismo emerge mudanças fundamentais nas relações e práticas do trabalho e,