o trabalho
Agora iremos tratar de uma linha estilística que se tornou mais do que uma corrente, tornou-se uma aglutinação de tendências. O Minimalismo não pode ser entendido somente pelo foco de uma técnica musical, só como uma corrente que evidencia procedimentos que privilegiam o tratamento de elementos mínimos, na composição musical. Devemos encará-lo segundo uma visão estética maior que vai se alimentar em questões históricas da arte, e também, em sua abertura à adoção de elementos exteriores à música erudita.
O Minimalismo reforça a tese de que a música ocidental do século XX, tinha uma simpatia pela música do Oriente.
Desde o final do século XIX, tais aproximações já aconteciam em Debussy. Entre os compositores do Pós-guerra, um exemplo marcante é o de Olivier Messiaen. Sua Sinfonia
Turangalyla (1946-48) incorpora elementos rítmicos hindus e uma orquestração que remete ao colorido balinês. O nome da obra vem do sânscrito significa “canção de amor, hino à alegria, tempo, movimento, ritmo, vida e morte”. Outro exemplo estaria na música do norte-americano John Cage que revelaria sua predileção pela sabedoria oriental.
Simpatizante da cultura indiana e estudioso do zen, a apropriação destes elementos do oriente fez com que ele questionasse o seu próprio pensamento musical. Em Music of
Changes para piano(1951), Cage incorpora a filosofia oriental ao próprio processo de composição. A construção da peça foi definida pelo jogo de moedas (cara ou coroa), técnica baseada nos livro chinês da mutações, o I Ching.
Depois dessa experiência, outras composições suas revelariam radicalmente o contato com o aleatório e o acaso, conceitos trabalhados pelo pensamento zen.48
Paralelamente, buscando a pura essência musical, La Monte
48
Griffiths, P., A Música Moderna – uma história concisa e ilustrada de Debussy a Boulez. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editor,1994. p. 117 - 121.
Young levaria essas experiências num maior grau de