O trabalho na socedade
A crescente divisão do trabalho é uma das características das sociedades modernas. Os autores clássicos Émile Durkheim e Karl Marx, já conhecidos nossos, têm visões diferentes sobre essa questão, e o pensamento de ambos marca perspectivas de análise diversas ainda hoje. Assim, é impor¬tante conhecer essas duas visões para entender melhor a questão do trabalho na vida social moderna.
Karl Marx e a divisão social do trabalho
Para Karl Marx, a divisão social do trabalho é realizada no processo de de¬senvolvimento das sociedades. Ele quer dizer que, conforme buscamos atender a nossas necessidades, estabelecemos relações de trabalho e maneiras de dividir as atividades. Por exemplo: nas sociedades tribais, a divisão era feita com base nos critérios de sexo e idade; quando a agricultura e o pastoreio começaram a ser praticados, as funções se dividiram entre quem plantava, quem cuidava dos animais e quem caçava ou pescava.
Com a formação das cidades, houve uma divisão entre o trabalho rural (agricultura) e o trabalho urbano (comércio e indústria). O desenvolvimento da produção e seus excedentes deram lugar a uma nova divisão entre quem administrava - o diretor ou gerente - e quem executava - o operário. Aí está a semente da divisão em classes, que existe em todas as sociedades modernas. Para Marx, portanto, a divisão social do trabalho numa sociedade gera a divisão em classes.
Com o surgimento das fábricas, apareceu também o proprietário das má¬quinas e, conseqüentemente, quem pagava o salário do operador das máquinas. A mecanização revolucionou o modo de produzir mercadorias, mas também colocou o trabalhador debaixo de suas ordens. Ele começou a servir à máquina, pois o trabalho passou a ser feito somente com ela. E não era preciso ter muitos conhecimentos; bastava saber operá-Ia. Sendo um operador de máquinas efi¬ciente, o trabalhador seria bom e produtivo.
Subordinado à máquina e ao proprietário dela, o trabalhador só