O surgimento dos HOMOSSEXUAL
Mesmo que você não seja homossexual, quase com certeza conhece ou convive com um. E, independentemente de qual seja a sua postura diante dessa pessoa, você provavelmente já parou para pensar: “Por que existem homossexuais”? Ou, se você mesmo tiver desejos homoeróticos, já deve ter se apercebido imerso no pensamento especulativo “Por que sou assim?”. Tais argumentos não faltam, desde os mais esotéricos até os científicos, não eram nada satisfatórios para o filosofo francês Michel Foucault. Para ele, tudo o que se diz sobre as supostas causas da homossexualidade é de uma simplicidade ingênua. O que ele critica não é a afirmação do desejo homoerótico, o que seria estranho, aposto que ele mesmo tinha orientação homossexual. O movimento homossexual hoje precisa mais de uma ate de viver do que de uma ciência ou um conhecimento científico (ou pseudocientífico) daquilo que é a sexualidade. Segundo Foucault, muitos homossexuais estão por demais paralisados na busca contínua por algo que explique a causa de seus desejos no lugar de viverem estes desejos.
O posicionamento cauteloso diante das causas da homossexua- lidade irrita principalmente correntes militares, que preferem apregoar. O que alguns militantes não percebem é que a defesa do desejo homossexual como uma identidade biologicamente determinada pode ser combustível perfeito justamente para os homofóbicos.
Um dos pontos mais provocativos da obra de Foucault está em sua afirmação de que “o homossexual” enquanto categoria tem data de nascimento: 1870, com o artigo de Carl Westphal (1833-1890), As sensações Sexuais Contrárias. Aqui é importante salientar o que Foucault não disse a fim de dirimir eventuais mal entendidos; ao dizer que o “homossexual” tem data de nascimento, isto não significa que homens não fazia sexo com homens antes de 1870, a diferença é que os homens não assumiam o seu desejo homoerótico, como passou a admitir.