O surdo tem uma identidade e uma cultura pr prias Glaucia 2 1

O surdo tem uma identidade e uma cult ura próprias?
“Sim. Esse discurso, aliás, é muito disseminado pelos surdos e ouvintes em muitos ambientes sociais que discutem e articulam questões próprias à área da surdez. Contudo, acrescentaria à asserção um plural, e diria que somos permeados, sejamos surdos ou ouvintes, por múltiplas identidades e culturas” (Gesser, 2006: 136-144).

O autor defende que a afirmação “o surdo tem uma identid ade e uma cultura próprias” tem outra face, que ao seu ver, é bastante significativa no processo de afirmação coletiva de grupos minoritários.
 Cultura própria
Segundo o autor, sugere a ideia de um grupo que precisa s e distinguir da maioria ouvinte para marcar sua visibilidad
e.
 Deaf Identity Crayons: The and Now, de 1999
Neste quadro, a artista imprime seu protesto e instiga-nos a refletir sobre a necessidade de deslocar a identidade cult ural surda do viés patológico.

Os surdos, têm características culturais que marcam seu jeito de ver, sentir e se relacionar com o mundo e a cultu ra do povo surdo “é visual, ela traduz-se de forma visua l” (Quadros, 2002:10).
Todavia, o surdo está passivo a outras culturas, inclusiv e a cultura dos ouvintes.

De Certeau (1995:233), a cultura é, gostemos ou não, o
“flexível”; ela é produtiva, dinâmica, aberta, plural e est á em constante transformação, pois é construída situacio nalmente em tempos e lugares particulares.
Ela não é um fenômeno unitário que contenha em si qua lquer essência definitória, mas é uma construção feita e m múltiplas direções, direções estas muitas vezes contra ditórias (Maher, 1996:29)

 Aversão dos surdos às culturas ouvintes
Especialmente nessa fase de transição e de emancipação politico ideológica, é natural e comprensível.