O solista
Caminhava pelo centro de Los Angeles, com mais um prazo para a entrega da coluna estourando, quando Steve vê pela primeira vez Nathaniel. Um homem maltrapilho e de aparência solitária. Tocava Beethoven com um violino surrado em meio ao barulho caótico dos carros.
Essa cena lhe chamou a atenção. Se aproxima acreditando ter encontrado uma história que pudesse lhe render uma boa matéria para sua coluna no jornal Los Angeles Times.
Assim descreve o homem do violino: “Ele é negro, com pouco mais de 50 anos, olhos cor de caramelo que se animam com o elogio. Está parado junto a um carrinho de mercado onde se amontoam todos os seus pertences, mas, apesar da roupa manchada e encardida, tem uma elegância desarrumada.”
O talento musical desse homem impressiona e sua postura não é de quem toca para ganhar dinheiro. O som que tira do instrumento também não é de um iniciante, e fica claro que ele sofre de algum tipo de perturbação. O jornalista diz que pretende escrever sobre ele em sua coluna. Nathaniel não só aprova como fica empolgado com a idéia.
Os escritos sobre o “Homem do violino” chamam a atenção de seus leitores. Acham incrível a história de um homem atordoado por um golpe há trinta anos, a manter o espírito intacto. Sensibilizados, querem doar instrumentos novos para o músico das ruas.
Dias depois, a sala de trabalho de Steve se transforma em um depósito de instrumentos musicais. No entanto, sua situação é preocupante, pois morando nas ruas já havia sido roubado várias vezes e Steve temia o que pudesse acontecer devido aos instrumentos novos.
Entre uma conversa e outra o jornalista vai descobrindo detalhes da vida de seu personagem. O Homem do violino se chama Nathaniel Anthony Ayers, da cidade de Cleveland e diz ser um ex-aluno da Juiliard, uma das escolas de