O Sistema Imunitário

Tudo começou com a Dictyostelium discoideum, uma pequena amiba do solo (unicelular), bem conhecida entre os biólogos. Num ambiente favorável, ela mantém-se isolada dos seus homólogos, se as condições se tornarem difíceis, ela associa-se com os seus “vizinhos” numa espécie de “lesma multicelular”, capaz de se deslocar através da colónia. Algumas dessas células conseguem diferenciar-se e formar um caule e formar esporos bastante resistentes, permitindo a alguns membros da colónia dispersarem-se por locais mais acolhedores. Se este fenómeno é intrigante ao ponto d considerarmos muitas vezes estas amibas sociais como o primeiro passo a caminho da pluricelularidade, não é de todo novo. Adam Kuspa, começou a questionar de que modo estas “lesmas” conseguiram resistir a agressões, bacterianas e outras, às quais estão inevitavelmente expostas durante a sua migração.
Para um melhor entendimento, o nosso pesquisador teve então a ideia de dividir estas lesmas em diversas preparações com corantes (brometo de etídio, por exemplo) mais ou menos tóxicos, tendo estes a função de actuarem como agentes patogénicos existentes em condições naturais. E então a surpresa: em vez de os corantes se espalharem por todo o organismo como seria de esperar, “os corantes foram encontrados no interior das lesmas, acumulados entre pequenos agregados celulares”, descreveu o professor Kuspa. Será uma das funções das células especializadas que fazem parte desta família? Se sim, quais células? Vindas de onde? E como agem?

Uma tarefa de “despoluição”?
Face a tantas questões, a equipa arregaça as mangas e concentra o seu trabalho no estranho comportamento destas células. Uma breve observação: “antes de se agruparem, estas células deslocam-se por todo o interior da lesma. Em seguida elas absorvem o intruso. A partir daqui, elas reagrupam-se, para abandonarem definitivamente a lesma, enquanto esta continua o seu caminho”, indica o professor Kuspa. Esta é uma forma de defesa pouco comum, pois estas