O simbolismo

O simbolismo é uma corrente artística de timbre espiritualista que floresceu na França, nas décadas de 1880 e 1890. o simbolismo encontra expressão nas mais variadas expressões artísticas, pensadas em estreita relação umas com as outras. O objetivo último das diferentes modalidades artísticas é a expressão da vida interior, da "alma das coisas", que a linguagem poética - mais do que qualquer outra - permite alcançar, por detrás das aparências. A poesia simbolista, de Gérard de Nerval e Stéphane Mallarmé , por exemplo, sonda os mistérios do mundo e o universo inconsciente por meio de sugestões, do ritmo musical e do poder encantador das palavras. Do mesmo modo, a força da pintura reside no poder das imagens. O seu fim é dar expressão visual ao que está oculto por meio da linha e da cor que, menos do que representar diretamente a realidade, exprimem idéias. Os princípios orientadores do simbolismo encontram suporte teórico nas formulações do poeta Jean Moreás , autor do Manifesto do Simbolismo (1886), e no Tratado do Verbo, escrito no mesmo ano por René Ghil . Segundo Moreás, a arte deve ser pensada como fusão de elementos sensoriais e espirituais. Trata-se, de "revestir a idéia com formas sensíveis". É possível compreender o simbolismo, como uma reação ao cientificismo que acompanha o desenvolvimento da sociedade industrial da segunda metade do século XIX.
O simbolismo surge paralelamente ao neo-impressionismo de Georges Seurat e de Paul Signac , e se apresenta como mais uma tentativa de superação da pura visualidade defendida pelo impressionismo. Só que, enquanto o divisionismo de Seurat e Signac une a pintura sobre leis científicas da visão, o simbolismo segue uma trilha espiritualista e anticientífica: a arte não mostra a realidade mas revela, através de símbolos, uma realidade que escapa à consciência. O impressionismo fornece sensações visuais, diferente do simbolismo que apreende valores transcendentes como o Bem, o Belo, o Verdadeiro, o Sagrado. A arte