O Simbolismo da Mandala
[Publicado pcla primcira vcz cm: Gestaltungen des Unbewussten (Psychologischc Abhandlungcn VII) Raschcr, Zuriquc, 1950. As imagcns foram rcunidas originariamcntc por C.G. JUNG para urn Seminário rcalizado cm Bcrlim, cm 1930. Novc delas (imagcns 1,6, 9,25, 26, 28, 36, 37 c 38) foram rcproduzidas como "excmplos dc mandalas europcias" cm: RICHARD WILHELM c C. G. JUNG, Osegredo daflorde ouro. Urn livro de vida chines. Dorn Vcrlag, Muniquc, 1929.]
Tentarei a seguir representar uma categoria especial de simbolismo, 627 a da mandala, através de grande numero de imagens. Já me manifestei várias vezes acerca desse tema e finalmente descrevi e comentei minucio-samente essa espécie de simbolo que ocorreu no decorrer de um trata-mento individual, no meu livro Psicologia e alquimia, 1944. Repeti a tentativa na contribuição precedente deste volume; neste caso as manda-las não provêm de sonhos, mas da imaginação ativa. Na presente exposi-ção publico mandalas da mais variadaproveniência, a fim de fornecer ao leitor, por um lado, uma impressão da espantosa riqueza de formas da fantasia individual e, por outro, possibilitá-lo a fazer uma idéia da ocor-rência recorrente dos elementos básicos.
Em relação à interpretação devo remeter o leitor à literatura respecti- 628 va. Neste trabalho contentar-me-ei com alusões, pois uma explicação mais aprofundada, como mostra o exemplo da mandala descrita em Psicologia e religião ou as descrições das investigates preliminares deste volume, levariam muito longe.
"Mandala", em sânscrito, significa circulo. Este termo indiano de- 629 signa desenhos circulares rituais. No grande templo de Madura (sul da índia) observei sendo feita uma imagem desse tipo. Uma mulher a dese-nhava no chão do mandapam (átrio) com giz colorido. A mandala media três metros de diâmetro. Um pandit que me acompanhava explicou-me que nada podia informar a respeito. Somente as mulheres que traçavam tais imagens o sabiam. A própria desenhista