o segredo da lagartixa
Na floresta das margaridas,
Bem onde o sol despontava,
Vivia uma lagartixa,
Mas dela ninguém gostava.
Era uma Floresta tão bonita!
Onde o perfume e cores
Disputavam, lado a lado,
O encantamento das flores.
A lagartixa Flozô
(Ela se chamava assim)
Não gostava dos vizinhos
Que vivam na floresta.
Somente a sua caixinha
De segredos adorava.
Era tudo o que ela tinha
E só para si guardava.
Nem pra sua única amiga
Mostrava aquele tesouro:
A médica da floresta,
A sábia Doutora Besouro.
Passavam dias, semanas,
Corriam meses também,
Mas aquele seu segredo
Não mostra pra ninguém.
Um dia... que desespero!
Flozô sentiu uma dor,
Foi correndo procurar
A sua amiga doutora.
A patinha de Flozô
Não podia se mover
Estava doendo muito
Uma dor de enlouquecer!
Muito remédio, infusão,
A lagartixa tomou.
Comprimidos, injeção,
Nem por isso melhorou.
A sua outra patinha
Também imóvel ficou.
Depois foi outra... e mais outra...
Todo o seu corpo parou!
- O que será, minha amiga,
Que está me acontecendo?
Eu estou virando estátua!
Eu acho que estou morrendo!
E o besouro respondeu:
- Para você se curar,
O segredo da caixinha
Você tem que revelar.
O egoísmo é um mal
Que ataca muita gente.
Por isso que a humanidade
Quase toda está doente.
Flozô não teve outro jeito:
Mandou os bichos chamar.
E afinal o seu segredo
Ela resolveu revelar.
Ao ver, exclamou o sapo,
O mais velho da floresta:
- Que beleza! Como pôde
Guardar um segredo assim?
A nossa amiga minhoca
Também chegou para ver.
- Que maravilha! – ela disse.
- É mesmo de enlouquecer!
Veio a lesma, bem dengosa,
Foi chegando devagar:
- Que lindo! Mas que loucura!
Isso é espetacular!
O lagarto gostou muito
(E a formiga também)
Do segredo que Flozô
Não mostrava pra ninguém.
Nisso chegou a abelhinha
Que voava pelo céu:
- Isso é demais! Que doçura!
Mais gostoso do que mel!
E à medida que o segredo
Era aos bichos