O SABER HISTÓRICO E O SABER HISTÓRICO CONSTRUIDO EM SALA DE AULA.
A autora Ana Maria Monteiro no texto ‘A história ensinada: algumas configurações do saber escolar; aborda as diferentes pesquisas que vem sendo realizadas no âmbito do currículo escolar; pesquisas, estas, que vem questionando os saberes e práticas definidos e organizados com base em métodos científicos, isto é, seguindo uma perspectiva racionalista. Essas análises possibilitaram uma nova acepção de cultura, a escola passou a ser espaço, não somente, de transmissão de saberes, mas mediadora de diferentes saberes. O conceito de ‘saber escolar’ que teve bastante contribuição no rompimento com o paradigma racionalista técnico, surgiu dessa cultura escolar, que sempre existiu no convívio escolar, mas era asfixiada pelas concepções racionalistas. Neste mesmo texto a autora critica o conceito de transposição didática utilizada por chevallard, e apoia develay na afirmação de que a transposição didática é apenas ‘descendente’, do saber acadêmico ao saber a ensinar. Da mesma forma apoia Lopes na conceitualização de mediação didática, pois o ambiente escolar é um campo mediador de diferentes saberes, e reconhecedor da cultura escolar. Ainda em develay a autora explica o processo de axiologização, onde os valores e afinidades dos agentes da transposição são transmitidos mesmo que implícitos. Em história esses valores são bem mais visíveis, presentes também no saber acadêmico. Utilizando-se como exemplo da aula de duas professoras, a autora aproveita para mostrar o uso dos termos anteriormente citados. As professoras de história ensinaram aos alunos o conceito, semelhanças e diferenças entre escravidão da Antiguidade e da Modernidade. Utilizaram a analogia ao comparar as duas formas de escravidão; a diacronicidade ao trabalhar o raciocínio histórico dos alunos; uma linha do tempo (antiguidade e modernidade) para a localização do aluno; orientação para ler e extrair a ideia principal, estimulando o ensino