O Romantismo No Brasil 2
Desde os primórdios da Literatura, a narrativa tem sido a manifestação mais difundida, evoluindo da narrativa oral. O Romance projeta o gosto do público burguês. Os primeiros romances editados no Brasil, ainda na década de 1830, marcam-se pelo aspecto do folhetinesco. O folhetim, publicado com periodicidade regular pela imprensa, equivale as atuais novelas de televisão e confina com a subliteratura. Em linhas gerais, a ficção romântica, aprovada no propósito nacionalista de reconhecer e exaltar nossas paisagens e costumes, desdobrou-se em três direções:
O passado: Através do romance histórico, buscava na história e nas lendas heroicas a afirmação da nacionalidade. O romancista não tem compromisso com a verdade histórica. No Brasil, os índios de Alencar (O Guarani, Iracema, e Ubirajara) são transformados em cavaleiros medievais, vistos com símbolos e elementos formadores da nacionalidade, substituindo a Idade Média que não tivemos.
A cidade: Através do romance urbano e de costumes, retrata-se a vida da Corte, no
Rio de Janeiro do século XIX, fotografando, com alguma fidelidade, costumes, cenas, ambientes e tipos humanos da burguesia carioca. As personagens são adaptadas através dos atos, gestos, diálogos, roupas. Não há penetração psicológica. Macedo e
Alencar (Diva, Lucíola e Senhora) representam essa vertente.
O Regionalismo: Voltado para o campo, para a província e para o sertão, num esforço nacionalista de reconhecer e exaltar a terra e o homem brasileiro, acentuado as particularidades de seus costumes e ambientes. Busca-se retratar o Nordeste (O
Sertanejo, de Alencar e O Cabeleira, de Franklin Távora), o sul (o Gaúcho, de
Alencar) o sertão de Minas e Goiás ( o Garimpeiro e o Seminarista, de Bernardo
Guimarães) e o Sertão e o Pantanal de Mato Grosso (Inocência, do Visconde de
Taunay).
José de Alencar, nosso primeiro ficcionista de largo voo, exemplifica, pelo conjunto de sua obra, quase todos os tipos do romance romântico. Manuel Antônio de