O real e o fantástico, o cômico e o sério em Eça de Queirós
Eça foi um escritor principalmente realista e naturalista, como mostram suas obras – desde as citadas até a sua última, A ilustre casa de Ramires, publicada em 1900 –, todas coerentemente elaboradas sob os princípios do Realismo e do Naturalismo. Confirmando essa tendência, Queirós foi um dos participantes das Conferências do Cassino, que aconteceram no ano de 1871, onde foi responsável pela quarta conferência: “A literatura nova” ou “O Realismo como nova expressão da arte”.
Junto a outros escritores e intelectuais da posteriormente chamada Geração de 70 – como Antero de Quental, que, sob influência das ideias de Proudhon, impulsionou o Grupo Cenáculo a produzir as Conferências –, Queirós fez parte desse importante episódio de expressão portuguesa que afirmava as idéias realistas/naturalistas em circulação na Europa: o interesse pelas ciências sociais e políticas, o historicismo, o positivismo de Taine, o evolucionismo, o interesse pelas ideias de Marx e de Proudhon.
No campo artístico, o Realismo e o Naturalismo foram movimentos, ou escolas, que surgiram para reagir ao Romantismo e disseminavam a busca por um novo ideal de vida com base na observação da realidade, na ciência e na razão.
Exatamente por essa tendência, que partia para a busca da república, do socialismo e da ciência como forma