O quinhentismo
Quinhentismo é a denominação genérica de todas as manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI, correspondendo à introdução da cultura européia em terras brasileiras. Não podemos falar numa literatura do Brasil, aquela que reflete a cosmovisão do homem brasileiro, e sim numa literatura no Brasil, ou seja, uma literatura ligada ao Brasil, mas que denota a cosmovisão, as ambições e as intenções do homem europeu.
Dessa forma, espelhando diretamente o momento histórico vivido pela Península Ibérica, temos uma literatura informativa e uma literatura dos jesuítas como principais manifestações literárias no século XVI.
Momento histórico:
A Europa no século XVI vive o auge do Renascimento, com a cultura humanística desmantelando os quadros rígidos da cultura medieval; o capitalismo mercantil avança com o desenvolvimento da manufatura e do comércio internacional; o êxodo rural provoca um surto de urbanização.
Em conseqüência dessa nova realidade econômica e social, o século XVI também marca uma ruptura na Igreja: de um lado, as novas forças burguesas rompendo com o medievalismo católico no movimento da Reforma Protestante; de outro, as forças tradicionais ligadas à cultura medieval dos dogmas católicos reafirmados no Concílio de Trento (1545), nos tribunais e no índex (relação de livros proibidos) da Inquisição no movimento conhecido como Contra-Reforma.
Assim é que o homem europeu, especificamente o ibérico, apresenta-se em pleno século XVI com duas preocupações distintas: a conquista material, resultante da política das Grandes Navegações, e a conquista espiritual, resultante, no caso português, do movimento de Contra-Reforma. Essas preocupações determinaram as duas manifestações literárias do Quinhentismo brasileiro: a literatura informativa, com os olhos voltados para as riquezas materiais (ouro, prata, ferro, madeira, etc.), e a literatura dos jesuítas, voltados para o trabalho de catequese.
Por outro lado, afora a carta de