O que é sociologia
O que é que se entende por “sociedade” – essa área de investigação especificada sociologia – parece ser suficientemente fácil de explicar: o conjunto de homens, com grupos de diversas dimensões e significados, que compõem a humanidade. Entretanto, também é fácil perceber que o conceito de sociedade não combina com esse substrato e estamos mais próximos do que se considera próprio da sociedade se orientarmos o conceito para os momentos de conjunção e separação do “homem” como uma série de individualidades biológicas por cujo intermédio os seres humanos se reproduzem , controlam a natureza interna e externa, e das quais promanam, em sua própria vida, conflitos e formas de dominação. Mas também esta maneira de ver as coisas, a que nos países anglo-saxônicos se prefere dar o nome de “antropologia cultural”, aborda apenas o conjunto de significados que concorrem na palavra alemã Gesellschaft, um desses termos históricos cuja peculariedade, segundo Nietzsche, consiste justamente no fato de não se deixar definir: “Todos os conceitos em que um processo total se resume semioticamente escapam à definição, porquanto só é definível o que não tem história.” No seu mais importante sentido, entendemos por “sociedade” uma espécie de contextura formada entre todos os homens e na qual uns dependem dos outros, sem exceção; na qual o todo só pode subsistir em virtude da unidade das funções assumidas pelos co-participantes, a cada um dos quais se atribui, em princípio, uma tarefa funcional; e onde todos os indivíduos, por seu turno, estão condicionados, em grande parte, pela sua participação no contexto geral. Assim, o conceito de sociedade define mais as relações entre os elementos componentes e as leis subjacentes nessas relações do que, propriamente, os elementos e suas descrições comuns. A sociologia seria, pois, antes de mais, a ciência das funções societárias, de sua unidade e de sua regularidade. Entretanto convirá recordar que, se este conceito de sociedade só