O que é inovação?
Adão Carvalho
A palavra inovação deixou de ser desconhecida para a grande maioria das pessoas. A sua utilização generalizada em diferentes contextos e situações deixa subentender que existe não apenas uma definição precisa do conceito, mas também um entendimento generalizado, claro e inequívoco sobre o seu sentido e as suas implicações enquanto factor estratégico de competitividade. Na verdade, poderá existir alguma confusão ou imprecisão na utilização do conceito e mais ainda quanto às suas implicações no quadro do desenvolvimento industrial. Até porque o sentido da palavra inovação tem mudado ao longo do tempo em paralelo com a evolução do conhecimento sobre o processo de inovação, e com a atenção que a inovação tem merecido pelas diversas áreas do conhecimento.
Desde o século XVI até ao século XIX a utilização da palavra inovação no inglês tinha uma conotação fortemente negativa; só recentemente é que a inovação passou a ter uma conotação positiva associada, e bem, com o progresso económico e social (Morck e Yeung, 2001: 1). A origem do moderno sentido do conceito inovação poderá ser creditada a Joseph Schumpeter quando na primeira metade do século XX, entre outros aspectos, fez a distinção conceptual entre invenção e inovação (ver ponto seguinte) e propôs o conceito de “destruição criadora”, onde os novos produtos tornavam obsoletas as empresas que produziam os velhos produtos e não se adaptavam (Schumpeter, 1943).
Schumpeter definiu a inovação com base em cinco eventos distintos: i) Introdução de um novo produto ou nova qualidade do produto; ii) Introdução de um novo método de produção; iii) Abertura de um novo mercado; iv) Abertura de novas fontes de matérias-primas ou produtos semi-acabados; v) Criação de novas formas de organização o negócio. Apesar disso, a teoria económica tem dado particular importância aos primeiros dois eventos – inovação de produto e de processo – como veremos já de seguida. A inovação, no