O que é ideologia? Marilena Chauí
Tese central do excerto: “O motor da dialética materialista são as condições de produção e reprodução da existência social dos homens pelo trabalho, forma que é sempre determinada por uma contradição interna, isto é, pela luta de classes ou pelo antagonismo entre proprietários das condições de trabalho e não proprietários (servos, escravos, trabalhadores assalariados).”
• Análise de Marx: ideologia alemã, dos pensadores posteriores a Hegel, que são, sobretudo, ideólogos filósofos.
• Separação da produção de ideias das condições sociais e históricas: ideologia, coisa que Marx não faz.
• Duas críticas de Marx aos ideólogos alemães: tentar demolir o sistema hegeliano criticando-o em apenas um ponto, e deduzir o real a partir apenas do aspecto idealizado desse real.
• “Quase toda ideologia se reduz ou a uma concepção distorcida desta história [dos homens] ou a uma abstração completa dela. A própria ideologia não é ‘senão um dos aspectos desta história’”.
• Fonte da concepção marxista de história (base para sua formulação de ideologia): filosofia hegeliana. Os vários aspectos do pensamento hegeliano constituem a dialética, ou seja, a história como processo temporal movido internamente pelas divisões ou negações (contradição) e cujo Sujeito é o Espírito (na perspectiva humana) como reflexão. Essa dialética é idealista justamente porque leva em conta o Espírito.
• Hegel também trabalha o conceito de alienação: o Espírito se exterioriza nas obras e se interioriza compreendendo sua produção. Quando a interiorização não ocorre, isto é, quando o Sujeito toma as obras e a história como forças estranhas, exteriores, alheias a ele e que o dominam e perseguem, tem-se a alienação.
• A contradição “termina quando os dois termos se negam inteiramente um ao outro e engendram uma síntese. Esta é uma realidade nova, nascida da luta interna da realidade anterior. Mas essa síntese ou realidade nova também surgirá