O que se diz????
Assim, em plena floresta de exclamações, vai-se tocando pra frente. Ou para o lado. Ou para trás. Ou não se toca. Parado. Encostado. Sentado. Deitado. De cócoras. Olhando. Sofrendo. Amando. Calculando. Dormindo. Roncando. Pesadelando. Fungando. Bocejando. Perrengando. Adiando. Morrendo.
Em redor, não cessam explosões interjetivas. Coitado! Tadinho... Canalha! Cachorro! Pilantra! Dedo-duro! Bandido! Querido! Amoreco! Peste! Boneco! Flor!
E vêm outras vozes breves, no vão do vaivém:
É. Pois é. Ah, é. Não é? Tá. OK. Ciao. Tchau. Chau. Baibai. Oi. Opa! Epa! Oba! Ui! Ai! Ahn...
Que fazer senão ir na onda? Lá isso... Quer dizer. Pois não. É mesmo. Nem por isso. Depende. É possível. Antes isso. É claro. É lógico. É óbvio. É de lascar. Essa não! E daí? Sai dessa.
Não diga! É o que lhe digo. Eu não disse? Repete. Como ia dizendo... Não diga mais nada. Digo e repito. Dizem... Que me contas!
E chegam os provérbios, que se deterioram, viram antiprovérbios. Tão certo como 2 e 2 são só dois dois. O bom da festa é acabar com ela. Quem canta espanta. A noite é conselheira acácia. Um proveito não cabe em dois sacos de papel. De hora a hora Deus vai simbora. Simonal é melhor e não faz mal. Um dia é do caçador e o outro também. A saúva é essencialmente agrícola. Banco de jardim ninguém assalta: é de ferro. Um urubu não faz verão. Ou faz?
A situação torna-se confusa. A moça tira o sapato: tem pé de laranjolina. O mar recua diante da SURSAN, resmungando: Amanhã eu volto. Presos dois adultos sob o viadúltero. Chica da Silva pavoneia-se na Tijuca. Pedrálvares Cabral descobre o bromil. Pistolas de ácido lisérgico disparam