O processo - kafka

“O Processo”, livro escrito entre os anos de 1914 e 1915, pelo advogado e escritor tcheco Franz Kafka, faz uma crítica ao sistema Judiciário vigente à época na Tchecoslováquia, país este que vivia sob o regime totalitário de Estado, levando ainda o leitor a outras diversas reflexões, resultado da forma metafórica e um tanto quanto exagerada deste autor, considerado postumamente um ícone da literatura mundial.
A obra narra o caso de Josef K., um jovem bancário com carreira promissora, que na manhã de seu aniversário de 30 anos é surpreendido em seu quarto por policiais, que além de apreenderem irregularmente suas roupas, tomam seu café e cientificam-lhe que a partir daquele momento encontra-se detido, devendo aguardar o decorrer do processo. No entanto, não lhe informaram em que consistiam as acusações, apenas que deveria apresentar-se periodicamente ao Tribunal de Justiça, mantendo normalmente sua rotina de trabalho e atividades cotidianas. A esperança de obter maiores esclarecimentos sobre seu caso foi dissipada logo no primeiro interrogatório, quando se deparou com um sistema burocrático e incompreensível, um juiz truculento e indiferente ao seu caso, inclusive confundindo-o com um pintor de paredes, fato este que levou Josef a perceber que era apenas mais um entre milhares que aguardavam soluções para suas lides.
A narrativa segue sem que o protagonista descubra, entretanto, de que era acusado, recorrendo inutilmente a um advogado que pouco se interessa pelo seu caso e buscando incessantemente compreender os mecanismos da justiça que lhe processava, vindo a ser eufemisticamente mantido em “liberdade condicional” pelo período de um ano, comparecendo a audiências ineficazes, sem que lhe fossem fornecidas informações que servissem de subsídio para uma eventual defesa.
Consciente de sua impotência diante do sistema e cansado de lutar para descobrir o motivo pelo qual se encontrava já há um ano naquela situação, o protagonista já não mais possuía forças para