O problema do sentido da vida
A questão do sentido da vida é filosófica, uma vez que o papel fundamental da filosofia é o da interrogação, da procura do porquê na raiz de cada problema, evitando abordar o que seja superficialmente.
A certa altura da nossa vida, é normal perguntarmo-nos se esta tem sentido, ou seja, se tudo o que fazemos tem sentido, uma vez que sabemos que a nossa condição é mortal. Assim sendo, valerá a pena agirmos eticamente? Perante este problema, podemos adotar uma de três perspetivas:
- a vida não tem sentido
- o sentido da vida depende da existência de deus
- o sentido da vida depende de realizarmos (ou tentarmos realizar) objetivos valiosos
Seria de pensar que Albert Camus, uma vez que defende que a vida não tem sentido, fosse um adepto do suicídio, pois se a vida não tem sentido, se até quaisquer tentativas que se façam na procura de um sentido para a nossa vida sairão fracassadas por não existir tal significado, e sendo ela tão difícil, não seria mais lógico acabar logo com ela? Confrontado com a realidade de que um dia será inevitável a sua morte, o Homem (se não escolher negar esta condição e debruçar-se sobre a ilusão da vida após a morte) irá desesperar, numa primeira reação. Mas o suicídio não é a resposta, pois Camus considera que o suicídio é o consentimento e a aceitação do fim. Em o “Mito de Sísifo”, Camus apresenta bem os seus argumentos quanto a este assunto: o suicídio não é uma solução útil, porque concordando que a vida é absurda, combatê-la é ainda mais absurdo, e o suicídio torna-se assim um ato de evitar o absurdo.
Assim sendo, para ele a solução é viver apesar do absurdo, e revoltando-nos eternamente contra todas as situações de desespero e angústia. Devemos viver e conciliar este facto de vivermos uma vida sem qualquer sentido.
Camus insere-se na corrente filosófica do existencialismo ateu, defendendo que a existência do Homem precede a sua essência, e que não a tem previamente definida, ou