o primo basilio
Luísa: representa a jovem romântica, inconseqüente em suas atitudes, a adúltera ingênua e, no final, arrependida. É o retrato da futilidade, da fragilidade e da ociosidade que caracterizavam as mulheres de sua classe e de seu tempo. Mimada a sonhadora, Luísa precisava ser amparada por uma figura masculina; por isso, quando se vê sem o apoio do marido por perto, procura abrigo a proteção nos braços do primo.
Basílio: o conquistador e irresponsável, "bom vivant" pedante e cínico. Personagem desprovido de qualquer senso moral. Joga com o sentimento alheio. Não tem compromisso com nada nem com ninguém. É o protótipo do filho pródigo, do janota, do "almofadinha". É ele quem serve de elo na medição de forças entre duas mulheres tão diferentes: a frágil Luísa e a obstinada Juliana.
Jorge: Personagem caracterizada por certa hipocrisia masculina aliada à sua tranqüilidade, à sua capacidade de ponderação. Achava que tinha o direito de julgar as mulheres que tinham amantes, chamando-as de promíscuas, devassas, mas ele próprio teve um caso passageiro em Alentejo do qual apenas o amigo Sebastião tinha conhecimento.
Conselheiro Acácio: Homem de palavratório complicado e inútil. Tipifica o formalismo próprio da época, o falso moralismo, o apego às aparências. Amigo do pai de Jorge e padrinho do casamento, gosta de frases feitas e citações morais, mas, na vida privada, lê poemas obscenos de Bocage e mantém como amante a empregada, Adelaide, a qual, por sua vez, o trai com um caixeiro. É um dos tipos mais famosos da galeria queirosiana, e responsável pelos adjetivos "acaciano" e "conselheiral", usados quando se deseja aludir ao falso padrão moral de alguém.
Juliana: personagem mais completa e acabada da obra, tem sido vista como o símbolo da amargura e do tédio em relação à profissão. Feia, virgem, solteirona, bastarda, é inconformada com sua situação e por isso odeia a tudo e a todos, não se detendo diante de qualquer sentimento de fundo moral. É a