O Preconceito na Maçonaria
“... no século de luzes no qual vivemos, as idéias mais estreitas se tornam abrangentes, as mentes mais aguçadas se desenvolvem notadamente e a maior parte das instituições não tardará a atingir um grau de aperfeiçoamento de seus pontos frágeis. Esse movimento progressista de todo o conhecimento humano contrasta de maneira muito chocante com o estado estacionário no qual a maçonaria parece estar estagnada, o que fez com que muitos maçons instruídos demonstrassem que nossa Instituição, quase tão antiga quanto o mundo, deveria submeter-se a uma reforma geral, pois ela não deveria e não podia mais concordar com o estado atual da civilização.”
Quando o Dr. Pierre-Gérard Vassal, antigo Secretário-Geral do Grande Oriente da
França, escreveu a afirmativa anterior, no início do século XIX, certamente ele não contava que, duzentos anos passados, a mesma continuaria tão verdadeira!
A nossa Instituição, que prima pela Igualdade, Liberdade, Fraternidade e
Humanidade, viu-se vilipendiada e aviltada no ido dos anos, por pessoas de caráter tosco, maçons de título, mas não de essência, que incorriam nos defeitos que a Ordem sempre tentou combater.
É com grande pesar e dor que vemos a Ordem se fragmentar em múltiplas potências, apenas para satisfazer as vaidades e interesses de alguns; potências estas que vivem às turras umas com as outras, sufocando nossos princípios básicos de igualdade e fraternidade. O espírito mercantilista assumiu o coração de muitos irmãos, que usam a Ordem como negócio e fonte de enriquecimento financeiro, ao invés de intelectual.
Mais triste ainda é depararmo-nos com situações totalmente reprováveis de segregacionismo, quando deveríamos lutar pela unidade dos povos.
Dói-nos saber que imponentes figuras maçônicas, que já foram consideradas
“baluartes da Ordem, da moral e dos Bons Costumes”, eram preconceituosas, racistas e até mesmo, tiranas. Ainda hoje, muitos maçons, principalmente da Maçonaria Azul,