O povo Cuxe
Faraós núbios
"A presença núbia era constante ao longo dos milênios da história do Império Egípcio e é atestada nas pinturas das paredes das pirâmides, nas ilustrações dos papiros e na rica estatuária." [MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto, 2013. p. 25]
Ao sul do Egito, localizava-se a Núbia. Embora fosse banhada pelo rio Nilo, essa região era bastante árida e seu povo precisou criar sistemas de irrigação que facilitaram a criação de gado e o cultivo da cevada, trigo, sorgo, lentilhas, pepino, melão, tâmaras. Por volta de 2000 a.C. lá se formou o reino de Cuxe, que manteve intensa atividade comercial: caravanas chegavam pelo deserto carregadas de mercadorias da Ásia e das regiões próximas ao mar Mediterrâneo; pelo rio Nilo, os comerciantes cuxitas levavam e traziam produtos do norte e do sul da África, como peles de animais, marfim, madeiras, ouro.
"A palavra Cuxe aparece, pela primeira vez, num texto egípcio, por volta de 2000 a.C. Refere-se a um reino que se entendia ao sul de Semna. Ali, terminava o "Ventre das Pedras" e abria-se a paisagem mais suave e mais propícia do Abri-Delgo, com suas planícies cultiváveis junto ao rio, a anteciparem as terras férteis de Dongola, mais ao sul [...]" ¹
Nas pirâmides onde foram enterrados os soberanos cuxitas, eram feitas oferendas de artigos de luxo, o que demonstra o rico artesanato daquele povo.
As principais cidades do reino de Cuxe foram Querma, Napata e Méroe. Dentre elas, Méroe se destacou por ter se tornado um importante centro urbano e por atrair grande número de pessoas interessadas na agricultura, no comércio e na metalurgia. Foi uma das capitais do reino de Cuxe. Escavações arqueológicas revelam que em Méroe havia uma área cercada por muralha de pedra, onde viviam o rei e a nobreza e ficavam os palácios, os prédios públicos e alguns templos religiosos.
"Tinha essa gente enorme apreço pelos vasos de alabastro, pelas estátuas, estelas e outros objetos