O petraquismo
O modelo da poesia lírica renascentista é Petrarca, e Camões foi petrarquista como todos os poetas do seu tempo.
Francesco Petrarca — nasceu em 1304 – a sua amada, Laura de Noves, era casada.
Poeta italiano do século XIV que com os novos modelos da sua poesia influenciou decisivamente a produção lírica europeia do seu tempo, nomeadamente a portuguesa, através das figuras de Sá de
Miranda e Camões.
Cantou nos seus poemas líricos o amor-paixão, o Amor ideal, concebido como uma contemplação espiritual que exclui a sensualidade. As contradições que esta filosofia amorosa despertam no ser humano – prazer e sofrimento, esperança e desespero... são encaradas pelo poeta com serenidade, pois fazem parte de um percurso purificador. A mulher amada é, também ela, a representação de um ideal de Beleza e Perfeição. Tem longos cabelos "de ouro", ondulados, pele branca e delicada, olhos claros e cintilantes que refletem um temperamento sereno, uma alegria discreta. Ela é a Beleza, que se enquadra na harmonia da natureza a Perfeição intocável e inatingível. Petrarquismo – designa um universo de poesia amorosa pleno de espiritualidade, delicadeza, idealização e melancolia. A amada é representada como excecionalmente bela, perfeita, angélica, de contornos indefinidos. Ela tornou-se objeto de contemplação espiritual, de divindade que leva o homem a gozar a presença do Amor.
O petrarquismo passou assim a designar um universo de poesia amorosa pleno de espiritualidade, com recurso à utilização de um conjunto de processos dos quais se destacam:
Características do petrarquismo: a figura da mulher, cujo retrato se centra num núcleo de características que remetem para uma perfeição física (cabelos loiros, olhos claros e brilhantes, lábios vermelhos reluzentes, dentes alvos e tez clara), reflexo de uma perfeição espiritual; (ideal de beleza renascentista); atitude perante a mulher amada como fonte de perfeição moral (dantismo petrarquista);
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