O percurso acidentado da história
As atuais propostas curriculares são unânimes quanto a inserção da historia americana nos estudos históricos, mesmo considerando-se perspectivas e abordagens diferentes quanto a concepção do conhecimento histórico escolar.
A década de 80, estendendo-se até os dias atuais, tem sido o momento em que os conflitos inerentes ao processo de construção das disciplinas escolares estão colocados. As propostas de historia temáticas, sejam elas construídas pelo eixo temático ou pelo tema gerados, têm suscitado polemicas, entre outras razões, porque ela atinge o âmago do problema do ensino da História, o rompimento com o tempo positivista, com a linearidade do tempo do progresso, e inaugura o estudo dos tempos múltiplos, dos trabalhadores, dos jovens, dos gêneros, das nações. A opção por propostas de ensino de historia temáticas ou pela historia baseada nas periodizações tradicionais não atinge apenas as questões metodológicas, como ocorreu nos anos anteriores, especialmente a década de 70, mas envolve a revisão do conteúdo escolar das diversas disciplinas e o processo de sua construção. Os debates que estamos vivenciando emergem de inúmeras indagações: quais são os conteúdos significativos, por grupos heterogêneos portadores de culturas e valores diversos? Quais são os conteúdos escolares significativos para uma geração formada pela fragmentação temporal das mídias? O que fazer ou como trabalhar e incorporar o conhecimento histórico vivenciado pelos alunos? O ensino de Historia atravessa, assim, um momento em que não é suficiente discutir como devemos transmitir tal conteúdo, mas, igualmente, trata-se de definir a natureza do conteúdo a ser transmitido e apropriado pelo aluno no espaço escolar. Partindo destas considerações é que pretendemos refletir sobre o ensino da Historia da America, conteúdo dos mais controvertidos dentro da historia do ensino da Historia. A trajetória deste conteúdo é descontinua,