O pensamento econômico ao longo do tempo
Uma análise sob a ótica da Teoria Social
“Há basicamente dois tipos de teorias sociais. Umas concentram-se nas ações que os homens desempenham nas suas formas de convivência. Outras preocupam-se mais com os resultados de ações passadas, com o modo como elas se cristalizam em instituições. No limite, a oposição é entre a ênfase no modo como as ações constituem essa rede de relações chamada sociedade, ou no modo como a sociedade, já constituída como um sistema, impõe suas exigências às ações dos seus integrantes. Por um lado, busca-se conhecer como essa entidade abstrata chamada sociedade é produzida e continuamente reproduzida pelas ações conjuntas dos homens. Pelo outro, quer-se conhecer como essa entidade assume um caráter muito concreto, não só ao impor o seu império aos seus integrantes como também ao constituí-los, imprimindo-lhes o timbre de agentes sociais.”
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A análise da história da ciência econômica pode ser baseada em dois conceitos de grande relevância: a ordem espontânea e a reprodução. O debate a respeito de como esses conceitos surgiram, se transformaram e se organizaram nos leva a uma reflexão não apenas sobre os fenômenos econômicos em si, como também á própria forma como abordá-los.
De forma mais específica, existem dois tipos de teorias sociais e elas basicamente se distinguem pela maneira em que se posicionam em relação ao objeto de estudo. De um lado, temos uma teoria social cujo foco é o conjunto de ações que resultam em uma organização social, sendo esta interpretada como resultado. De outro lado, temos uma abordagem calcada em uma ótica quase que oposta: a sociedade é ponto de partida, enquanto as ações inerentes a mesma são mero resultados de imposições estabelecidas.
A distinção evidenciada acima pode identificada em diversas passagens em obras de relevância da ciência econômica. No curso de História do Pensamento Econômico, diferentes teorias foram abordadas - desde Adam Smith até a