o papel do engenheiro
O setor sucroalcooleiro nacional passa por um momento de expansão da produção, fruto do crescente interesse pelo álcool, motivado pelos benefícios ambientais do uso desse combustível. No entanto, pouco se está discutindo os impactos econômicos, sociais e ambientais da expansão dessa lavoura.
Nos anos recentes, modificações importantes vêm ocorrendo nas relações de trabalho no setor sucroalcooleiro nacional, consequência do processo de modernização da agricultura e da agroindústria. Há uma crescente preocupação com o cumprimento da legislação trabalhista e ambiental, sendo que isso se deve, em parte, à maior inserção do setor no mercado internacional, mais exigente quanto à qualidade do produto e cumprimento de regras relativas ao mercado de trabalho e preservação do meio ambiente.
No que se refere aos impactos da modernização da agricultura, impulsionada por fatores econômicos e, especialmente em São Paulo, pela aplicação da legislação ambiental, observa-se uma redução dos postos de trabalho, embora a produção de cana-de-açúcar venha crescendo na última década, o que em épocas anteriores significava elevação do número de empregos.
A legislação no Estado de São Paulo estabelece o fim da queima da cana-de-açúcar para o ano de 2021, em áreas mecanizáveis e maiores que 150 ha, e para 2013 em áreas não mecanizáveis ou que tenham menos de 150 ha, seguindo uma redução gradual ao longo desse período.
O atual governo de São Paulo pretende propor a redução desses prazos. Em consequência, a adoção da colheita mecanizada provavelmente crescerá intensamente, e espera-se, portanto, uma redução significativa do emprego de cortadores de cana-de-açúcar com o fi m das queimadas. Deve-se ressaltar que certas medidas devem ser tomadas para que se possa gerar alternativas de emprego e renda para os migrantes de regiões não canavieiras, com poucas opções de ocupação de mão de obra.
Ademais, o fim da queima da cana