Oi, tudo bem? Sou eu de novo aqui te escrevendo. Pode perder um pouquinho do teu tempo para ler? Ah, e se não for pedir demais, gostaria que deixasse a armadura do orgulho de lado, pelo menos enquanto ler isso. Esse momento não precisará dela. Sabe, dessa vez não escrevo para brigar e nem pra pedir perdão. Não vim pedir explicações nem me justificar. Não vim implorar que volte para minha vida e nem gritar te expulsando dela. Não, dessa vez não. Sei que já fiz todos esses papeis, mais de uma vez inclusive, mas dessa vez tudo que quero é que se sinta abraçado por mim. Sim, eu vim em missão de paz. A minha armadura eu já parei de usar faz tempo. É que com o passar dos anos a gente aprende a carregar menos peso. Hoje estou aqui para te dizer obrigado. Quero que entenda que você faz e sempre fará parte das minhas melhores lembranças e que sem dúvida foi uma das pessoas mais importantes que já cruzou a minha estrada. Tenha certeza que se um dia alguém escrever um livro sobre a minha vida, você terá um dos capítulos mais especiais. Antigamente eu achava que precisava odiar as pessoas que não conseguia levar comigo. Sempre dava um jeito de me convencer que o que estava ficando para trás não valia a pena. Que bobagem a minha. Penso que era uma forma de defesa contra a dor de ter que aceitar que nessa vida nada é para sempre. Hoje sei que não é assim. Aprendi que posso guardar pessoas especiais em um canto do peito, mesmo que essas por algum motivo não façam mais parte da minha vida. Talvez nossa história tenha acontecido cedo demais, e por isso a imaturidade tenha causado nossas feridas. Então esse abraço é para lavar todo e qualquer rancor, é para mostrar que da minha parte esta tudo bem, e que de verdade, e digo isso com uma sinceridade que eu nem sabia que tinha, torço muito para que seja feliz. Foi bobagem insistir por tanto tempo. Quase estragamos algo muito valioso. Nada nem ninguém poderá apagar o que vivemos juntos, mas sei bem que saber reconhecer o fim é sempre o