O nariz de voldemort e o crepúsculo de harry potter
Em troca entramos em um novo universo feito de representações e falsas obrigações. Em Harry Potter, este sentimento de impostura e inautenticidade é gradualmente substituído pelo encontro da “verdadeira escola”. Uma escola tal como ela devia ser, com desafios reais, atos e consequências cruéis, às vezes, dolorosamente sem volta. Apesar de vividos pelo encontro com seres imaginários, os desafios são reais.
Impostores são reconhecidos, falsos aliados se revelam, amigos inusitados aparecem no lugar de outros, antes sentidos como insubstituíveis. A saga começa com uma fórmula ancestral, revelando a cada novo filme o desmascaramento entre bonzinhos e maléficos.
Para uma geração que descobriu que “ser legal” é uma atitude, não um roteiro disciplinar a ser cumprido, Harry Potter é uma espécie de romance de formação, como Anos de Aprendizagem de Wilhelm Meister, de Goethe, no século XVIII. Harry é o pequeno babaca legal que existe dentro de todos nós. Ele ainda não se descobriu assim, pois nunca está demasiadamente preocupado consigo mesmo. A civilização escolar medieval não quer saber de suas boas intenções, ela segue a máxima de nossa indiferença educacional: faça o que deve, pense o que quiser, divirta-se sempre que possível. É assim que ela fornece a estrutura narrativa que prepara nossos jovens para vidas organizadas ao modo de uma carreira.
Desde os RPGs como Dungeon Dragons na década de 1990, até os vídeo games da série Mario Bros., nos anos 2000, chegando ao