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A estupidez racial O deputado Paulo Paim, parlamentar negro do PT gaúcho, acha que quem é contra a criação de cotas raciais nas universidades pertence à "elite". Além de defender as cotas raciais, Paulo Paim é autor da proposta de instituição do Estatuto da Igualdade Racial, uma idéia tão estapafúrdia que chega a criar uma classificação oficial de raças – algo mais ou menos inspirado nos grandes momentos do nazismo. Na semana passada, mais de 100 brasileiros, entre intelectuais, acadêmicos, artistas e ativistas do movimento negro, divulgaram um manifesto pedindo ao Congresso Nacional que rejeite o projeto que cria as cotas raciais nas universidades e, também, o tal Estatuto da Igualdade Racial. Paulo Paim não gostou. Seu diagnóstico foi o seguinte: "Esse é um manifesto da elite, pois dar espaço aos negros não interessa". Pobre Paim. Dar espaço aos negros, ao contrário do que a paranóia do deputado sugere, interessa a todos os brasileiros. O que não interessa aos brasileiros – brancos, negros, índios – é a estupidez racial. O projeto das cotas raciais e o tal estatuto racial, a pretexto de combater as imensas desigualdades sociais no país, não passam de uma calamidade. Nem se perca tempo dizendo que, ao privilegiarem essa ou aquela "raça", os projetos ferem o ditame constitucional segundo o qual todos são iguais perante a lei. E nem se perca tempo dizendo que isso é uma agressão frontal ao princípio republicano da igualdade. É até pior: esses projetos são o ovo da serpente. Eles forçam os brasileiros a criar uma identidade racial, numa negação acintosa à originalidade de nossa miscigenação – dado fundador de nossa identidade. Eles criam um conceito legal de raça. Se aprovados, o Brasil passará a ter "raças oficiais". Com essa asneira, estarão criadas condições ideais para gerar um clima de confrontação racial no