O mundo e seus tres momentos
Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido, que se põem ao serviço do império do dinheiro, com tudo isso devemos considerar que existem três mundos em um só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização. Na globalização como fábula, podemos ver que existe o mundo da fantasia, cuja repetição, entretanto, acaba por se tornar uma base aparentemente sólida. Damos aqui alguns exemplos. Fala-se, por exemplo, em aldeia global para fazer crer que a difusão instantânea de noticias realmente informa as pessoas. Esse é apenas um exemplo recolhido de uma lista interminável, permite indagar-se, no lugar do fim da ideologia proclamado pelos que sustentam a bondade dos presentes processos de globalização. No mundo como é: a globalização como perversidade, a grande maior parte da humanidade esta se impondo como uma fábrica de perversidades. O desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida. O salário médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes. Novas enfermidades como a SIDA se instalam e velhas doenças, supostamente extirpadas, fazem seu retorno triunfal. A mortalidade infantil permanece, a despeito dos progressos médicos e da informação. A educação de qualidade é cada vez mais inacessível. O egoísmo, o cinismo e a corrupção aumentam. A perversidade sistêmica que esta na raiz dessa evolução negativa da humanidade tem relação com adesão desenfreada aos comportamentos competitivos que atualmente caracterizam as ações hegemônicas. Todas essas mazelas são direta ou indiretamente imputáveis ao presente processo de globalização. O mundo como pode ser: uma outra globalização, podemos pensar na construção de um outro mundo, diante de