O mundo de sofia
Platão (427-347 a.C.) foi discípulo de Sócrates e o acompanhou em sua condenação. Publicou um discurso em defesa de seu mestre onde revelava o que ele havia dito ao júri. Além disso, escreveu uma coletânea de cartas e mais de trinta diálogos filosóficos e fundou sua própria escola de filosofia, que recebeu o nome de Academia, porque se localizava num bosque denominado Academos, herói legendário grego.
O projeto filosófico de Platão é baseado no seu interesse pelo que é eterno e imutável tanto no que se refere à natureza, quanto à moral e à sociedade. Platão acreditava numa realidade autônoma por trás do mundo dos sentidos a qual denominou de mundo das idéias que, a seu ver, continha as coisas primordiais e imagens padrão referentes a tudo existente.
Platão acreditava na dualidade humana: o homem possui um corpo (que flui) e uma alma imortal (a morada da razão). Ele também achava que a alma já existia antes de vir habitar nosso corpo (ela ficava no mundo das idéias) e que quando passava a habitá-lo, esquecia-se das idéias perfeitas. Também pensava que a alma desejava se libertar do homem e isso propiciava um anseio, uma saudade, que chamou de Eros (amor).
Platão dividiu o corpo humano em três partes: cabeça (razão), peito (vontade) e baixo-ventre (desejo ou prazer) e achava que quando elas agiam como um todo se tinha o homem íntegro, que atingiu a temperança. Imaginava um Estado-modelo dirigido por filósofos e o constituía como o ser humano onde a cabeça seria os governantes; o peito (defesa), os sentinelas; e o baixo-ventre, os trabalhadores. Era extremamente racionalista e cria que tanto homens quanto mulheres possuíam capacidade de governar, desde que estas tivessem a mesma formação