O movimento reformista
O movimento da Reforma é considerado, junto com o Renascimento, o prenúncio da Modernidade na Europa. Tal consideração ocorre porque tal movimento está totalmente vinculado à liberdade política e ao capitalismo. A marca que identifica ambos movimentos é a instauração da liberdade humana: tanto a Reforma como o Renascimento foram produtos do Humanismo, onde literários e bíblicos tinham desejos de voltar no tempo e buscar na pureza da Antigüidade Clássica a origem para Renovação que o homem tanto desejava. No entanto, mesmo ambos serem baseados no Humanismo, o desenrolar dos dois movimentos teve uma diferença brutal na sociedade que o criara: enquanto o Renascimento atingiu apenas as elites sociais (tanto econômicas como políticas e culturais), a Reforma alcançou toda a massa populacional européia: tanto os altos governantes como os simples camponeses foram tocados por ela. Somente a Reforma Protestante, liderada por Lutero, é que conseguiu saciar a sede espiritual do momento. Aí se justifica sua enorme difusão. Apenas a Reforma é que conseguiu abalar a mais rígida instituição feudal: a Igreja Católica. Claro que tal movimento não foi o primeiro a questionar a legitimidade da Igreja - muitos humanistas o fizeram, mas somente a denúncia de Lutero e a proposta que ele dá para esses problemas é que abalaram as pilastras do mundo medieval. Martinho Lutero viu na venda de indulgências como um abuso que poderia confundir as pessoas, deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiros. Então, em 1517, fixou na porta da Igreja de Wittenberg suas noventa e cinco teses, que criticam esse ato e constituem a base de sua doutrina e seus pontos principais contrariam a Igreja Católica. Essas teses foram rapidamente espalhadas por toda a Alemanha. O rei, Carlos V, ficou temeroso de que a onda reformista adquirisse grandes dimensões. Então, em 1521, convocou Lutero a comaparecer à Dieta de Worms para retratar-se. Isso não