O modelo de negócio
O modelo de negocio da televisão brasileira é único e diferente do modelo norte-americano, embora ambos tenham a mesma origem: o rádio. Nos Estados Unidos, em 1928, já existiam duas redes nacionais de rádio: a NBC e a CBS. No Brasil a história do rádio é diferente, foram implantadas emissoras nas capitais, como emissoras locais, sem o objetivo de se tornarem redes nacionais ou regionais. Os nomes de algumas emissoras instaladas nos anos 1920 já definem o modelo: Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, Rádio Clube de Pernambuco, Rádio
Sociedade Educadora Paulista, Rádio Clube Ribeirão Preto, Rádio Sociedade Riograndense, Rádio Clube Paranaense. A Rádio Nacional do Rio de Janeiro, criada em 1936, tornou-se, nos anos 1940, uma emissora que tinha audiência em quase todo o território nacional, mas não se organizou como rede, embora essa hipótese fosse tecnicamente viável. Mesmo depois do advento das gravações de vídeo, houve resistência à montagem das redes, em razão de pouca percepção do mercado e de interesses políticos e econômicos locais. Em 1955, cinco anos depois da implantação da televisão no Brasil, eu estava na Lintas e o Walter Clark na TV Rio e nós nos encontrávamos com frequência. O assunto era sempre a televisão e o modelo de negócio brasileiro.
Em 1963, quando fui trabalhar com o Walter na TV Rio, o videotape já estava em uso por aqui e, de forma tênue, havia um esboço de rede com a produção do Rio e de São Paulo sendo distribuída para outras praças do país. Os poucos programas exibidos nacionalmente obedeciam ao sistema de tráfego de fitas de videotape. Não havia obrigação de fidelidade entre as emissoras de uma mesma rede, que podiam comprar programas de diferentes fontes produtoras. O Edson Leite conseguiu andar um pouco mais porque a TV Excelsior de São Paulo e a do Rio eram dos mesmos donos, mas não houve uma estratégia nacional de produção, programação e comercialização.
Em 1966, os Associados tentaram montar