O MMA
O argumento de que o esporte ajuda a propagar a violência é rechaçado por Eduardo Ferreira, especialista em MMA do site Tatame. Ferreira sustenta que o deputado está querendo atrair mídia para si em cima de um esporte em crescimento. Além disso, entende que há tantos outros conteúdos violentos na televisão que deveriam ser banidos.
— Tem muita cosia pior na TV, no meio da tarde, violência gratuita. O MMA passa basicamente na TV fechada, pouca coisa na aberta, sempre em um horário noturno. E normalmente é editado cuidadosamente para não mostrar o sangue. Quem não gosta, troca de canal, ninguém é obrigado a ver — afirma Ferreira.
A psicóloga Mariana Barcinski pondera sobre a sugestão de violência que o MMA possa transmitir. Apesar de concordar que o esporte tem um teor agressivo, ela diz que deve haver uma mediação sobre o que pode ou não ser assistido. Mariana é contra a proibição do televisionamento.
— Tem que ter limitação de quem pode ver. Principalmente para as crianças. Elas precisam ter supervisionamento dos adultos. O comportamento violento na televisão banaliza a violência, principalmente quando associada a ídolos — aponta a psicóloga.
José Mentor sabe que sua proposta de lei enfrentará empecilhos, como a dimensão do esporte hoje, os interesses comerciais e também a sua glamourização (artistas se mostram simpáticos ao MMA).
— Desperta interesse econômico e há uma pressão grande de órgãos da mídia. Mas é uma situação curiosa. No Brasil se proíbe rinha de galo, canários e cães. E o MMA, que é uma rinha humana, pode?
Eduardo Ferreira enxerga o MMA como um agente social dentro das comunidades carentes.
— Hoje