O mito
NÚCLEO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
Disciplina de Filosofia
Semestre 2011/2
Prof. Ms. Walace Soares de Oliveira
Ano de 2011, 2º semestre
O mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham sido no passado já esquecido, fabuloso e afastado, voltando-se para o que era antes que tudo existisse igual como é atualmente. Os pré-socráticos, ao contrário, preocupam-se em explicar como e por que, no passado, no presente e no futuro, as coisas são como são. O mito narrava a origem através de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas, enquanto os pré-socráticos, ao contrário, explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais. O mito falava em Urano, Ponto e Gaia; os pré-socráticos falam em céu, mar e terra. O mito narra a origem dos seres celestes (os astros), terrestres (plantas, animais, homens) e marinhos pelos casamentos de Gaia com Urano e Ponto. Os pré-socráticos explicam o surgimento desses seres por composição, combinação e separação dos quatro elementos, úmido, seco, quente e frio, ou água, terra, fogo e ar. O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e o incompreensível, não só porque esses eram traços próprios da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. Os pré-socráticos, ao contrário, não admitem contradições, ideologias e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional. Além disso, a autoridade da explicação não vem da pessoa do filósofo, mas da razão, que é a mesma em todos os seres humanos.