O MITO DEIXADO DE LADO E ENTRA A RAZ O
Entre os séculos VII e V a.C., a Grécia sofreu transformações muito importantes devido às conquistas de novos povos e novas terras, como conquista e domínio de Micéia pelos Jônicos e Dórios que trouxeram para as costas do Mar Egeu o cultivo do pastoril, da agricultura e a relação patriarcal; a exploração comercial e exploração de outras terras. O desenvolvimento dessas atividades começou por Mileto. Atena e Esparta se destacaram em sua grandeza e formação em aspectos diferentes. Atenas priorizou a cultura e as artes. Esparta, a formação de guerreiros e os esportes, prática que levou ao reconhecimento dos seus cidadãos por seus belos corpos.
Essas transformações ocorrem dentro do período considerado pelos historiadores de período homérico e da Grécia Arcaica (séc. VIII ao VI a.C.) e se estende, sempre em ampliação, ao período clássico (séc. V ao IV a.C.) em que Atenas se torna a cidade referência política e culturalmente e seu porto se torna o centro do comércio material e cultural. O porto de Atenas se chama Pireu. Todo esse desenvolvimento fez surgir as cidades-estados, apolis, e o povo ateniense passou a gozar de liberdade. Com toda essa grandeza, Atenas entra em confronto com seus vizinhos, gerando a guerra do Peloponeso e o fim do império ateniense. Depois disso, a Grécia entra no período helenístico.
A geografia ajuda a pensar também por que os gregos desenvolveram o pensamento reflexivo. O cenário geográfico é inspirador. Decerto, Atenas e Esparta se localizam em partes elevadas próximas ao Mar Egeu. Existem montanhas e águas transparentes, elevações de terra que se estendem ao longo do mar. A vista dessas cidades para o mar, para o infinito, em que céu e água se encontram, contribuiu, certamente, para o cultivo da contemplação do divino. Aliás, está na origem da filosofia tanto para Platão como para Aristóteles esse sentimento. Aristóteles afirma na metafísica que a filosofia inicia com a contemplação, Platão faz a