o mito da caverna
Através de uma dialética ascendente, indica como é possível sair da escuridão para a luz, da cegueira para o conhecimento, passando do mundo sensível ao inteligível. Processo difícil e doloroso, pois aquele que sai da caverna fica deslumbrado pelo excesso de luz e não sabe, a princípio, distinguir o que é a realidade, se esta dimensão iluminada ou a conhecida escuridão da caverna, onde os prisioneiros vivem de sombras, de imagens, de simulacros, de opiniões repetidas sem crítica.
Em resumo, o mito da caverna ilustra a teoria do conhecimento baseada pelos movimentos de uma dialética ascendente e descendente, difícil e dolorosa, tanto para quem se eleva, quanto para os que ficam presos às sombras e simulacros projetados na parede. Assim, a dialética platônica é uma forma de libertação e iluminação, separando o verdadeiro do falso, a aparência da essência, as ilusões do mundo sensível, da opinião corrente, e o conhecimento racional, construído e refletido. Como se sabe, o mito da caverna atravessa os séculos como uma alegoria muito sugestiva sobre a condição humana, seus limites e possibilidades de conhecimento.
Segundo o filósofo todos nós estávamos condenados a ver sombras a nossa frente e tomá-las como verdadeiras. Essa poderosa crítica à condição dos homens foi escrita a quase 2500 anos atrás, inspirou e ainda inspira inúmeras reflexões, pois apesar de todos esses anos nos vemos ainda hoje presos em cavernas, vivendo em mundo de ilusões. Isso é facilmente percebido no nosso mundo capitalista.
Acontece que o capitalismo avançado vai de par com o ponto mais baixo de uma já longa dialética da derrota dos movimentos revolucionários, que saíram do horizonte histórico de maneira