o manifesto c comunista
O MANIFESTO COMUNISTA
DE MARX E ENGELS
TRADUÇÃO:
Débora Landsberg
SUMÁRIO
Introdução
Contexto e criadores
O documento
Impacto imediato
O legado do Manifesto
O desfecho
Leituras e websites recomendados
Créditos das ilustrações
Índice remissivo
O MANIFESTO COMUNISTA INTRODUÇÃO
M
il oitocentos e quarenta e oito foi um daqueles anos tumultuados que entraram para as páginas da história. Representou um ano de revoluções na maioria das grandes capitais da Europa, com derrubada de dinastias, proclamação de comunas e a entusiasmada comemoração da igualdade humana do alto das barricadas. Os efeitos foram tão apocalípticos que ainda se faziam sentir mais de meio século depois, durante a deflagração da Primeira Guerra Mundial. Entre todos esses acontecimentos revolucionários de 1848, é provável que tenha sido a publicação do Manifesto comunista o que mais causou impacto duradouro na história — ainda que, ironicamente, tenha tido pouquíssima repercussão no ano em que foi publicado.
Friedrich Engels, rico industrial simpatizante do comunismo e provavelmente o único amigo que Marx conseguiu manter durante toda a vida. Seu bom senso, o tato e a capacidade de comunicação foram ingredientes cruciais na criação do Manifesto.
O comunismo já existia antes de 1848, como uma mistura incômoda de ideais utópicos, socialismo e igualitarismo — descrito no Manifesto como um “espectro” que rondava a
Europa —, mas, até a publicação desse documento, ele não tinha forma, filosofia ou projeto coesos, nem era um movimento unificado. A publicação do Manifesto em Londres, em fevereiro daquele ano, mudou totalmente esse quadro.
Seus autores eram dois revolucionários alemães que passaram a maior parte da vida na
Inglaterra, onde também morreram. O filósofo político Karl Marx e o industrial Friedrich
Engels já trabalhavam juntos havia quatro anos quando foram encarregados, pela Liga
Comunista, de redigir o documento no final de 1847.