O lugar dos pais na psicanalide de crianças

RESENHA
O lugar dos pais na Psicanálise de Crianças
Tamara da Luz1

Em seu livro O lugar dos pais na Psicanálise de Crianças, publicado pela Editora Escuta em 2002, Ana Maria Sigal de Rosenberg apresenta um livro que abre, debate e fornece testemunhos e reflexões sobre as interrogações levantadas pela análise de crianças onde, a prática analítica deve ser produto de uma reflexão sobre os obstáculos com que ela se defronta e, consequentemente, deve promover a produção teórica que fundamenta a psicanálise. Assim, Ana Maria Sigal Rosenberg, Maria Siquier, Beatriz Salzberg, Maria Cristina Kupfler e Silvia Bleichar discutem nos quatro trabalhos que compõe este livro, a questão do lugar dos pais na psicanálise de crianças. Os artigos vêm pensar o papel dos pais responsáveis pelo pagamento, pelo comparecimento, e os pais fantasmáticos presentes de forma tão peculiar na análise de crianças, esses pais que chegam, por vezes juntos, por vezes separados, cheios de questões portadoras de enigmas. Alguns querem saber acerca de seu inconsciente e dos seus filhos, outros demandando alguma intervenção direta em relação a um sintoma.
No primeiro capítulo, “Psicanálise com crianças. A legitimidade de um campo. Os pais, o recalque e a circulação de significantes enigmáticos na condução da cura” Rosenberg, retrata o sexual infantil como um dos paradigmas da psicanálise, já que é constitutivo na fundação do inconsciente originado numa relação sexualizante com o semelhante que se introduz como estrangeiro num movimento de excitação traumática. Como também a possibilidade de analisar uma criança tem sido desde longa data uma questão polêmica. Destacando dois tipos de razões que questionam essa prática e propõem problemas a serem trabalhados: Problemas de ordem metapsisicológica inerentes à formação da própria subjetividade; Decorrências dessa metapsicologia que afetam o espaço analítico e seu entorno na determinação do setting.
As primeiras assim se referem a elementos próprios