O Ltimo Fardo Do Homem Branco

O último “fardo” do homem branco

Desde tempos remotos, os seres humanos vêm procurando a melhor forma de sobreviver como uma comunidade, aperfeiçoando suas práticas, passando o conhecimento adiante e preservando, assim, a cultura local. As escolas então surgiam para centralizar esses conhecimentos e ensiná-los de maneira sistematizada, para que todos os alunos possam ter acesso aos mesmos ensinamentos de uma forma tida como a mais eficaz. Essa prática é aplicada em diversas partes do mundo, de maneiras distintas. Mas o que acontece quando se tenta aplicar um modelo, considerado como “ideal”, em comunidades que foram submetidas a uma cultura que difere da sua?
Essa teoria já foi colocada em prática no passado, e esse é o tema abordado no documentário
“Escolarizando o Mundo: O último fardo do homem branco”. Quando educadores vindos de países da
América do Norte (entre outros) chegam à Índia com ideias “inovadoras” para a educação no país, a cultura local é imediatamente ameaçada. Instalam-se escolas que seguem o padrão americano,
“universalmente aceito” como algo a ser seguido em todo o mundo. Muitas crianças deixam o ambiente agrícola onde gerações após gerações de sua família viviam e vão para a escola na cidade, visando um futuro promissor com a educação de alta qualidade que lhes é prometida. Além disso, colaboradores estrangeiros também lutaram para que esse acesso à informação fosse mais fácil, gerando moradias para alunos e permitindo que estudem na cidade, mesmo sem suas família os acompanhando. Estavam sendo devidamente “educados”, como nunca antes.
Mas será mesmo que esse tipo de educação condiz com a realidade local? O documentário nos mostra que a situação é bem mais complexa do que aqueles educadores bem-intencionados supuseram. Com a aplicação do ensino nos moldes norte-americanos, muitos estudantes deixaram de conhecer melhor a cultura e a prática local, absorvendo conhecimentos que, muitas vezes, deixavam de ser relevantes para o local em que viviam.