o jornalismo comparado e a especialização periodítica
5972 palavras
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O jornalismo especializado e a especialização periodísticaFrederico de Mello Brandão Tavares1
No interior dos estudos de Jornalismo, um tema ainda muito pouco debatido é o jornalismo especializado. Talvez não tanto pela sua presença nos estudos, mas pela
"envergadura" que os mesmos possuem em termos teóricos e/ou epistemológicos quando se toma tal jornalismo como objeto. Em outras palavras, pode-se dizer que o jornalismo especializado (como um tipo de jornalismo)2 está disseminado nos mais diversos produtos jornalísticos e, por isso, permeia as reflexões sobre o campo; mas, muitas vezes, sua presença se dá mais como lugar de emergência de objetos, do que um objeto ele mesmo.
As reflexões existentes sobre este ramo do Jornalismo encontram-se caracterizadas, principalmente, por dois elementos: sua "juventude" enquanto campo de estudos e, ao mesmo tempo, a influência que este "sofre" da primazia, dentro do Jornalismo, de textos "normatizadores" de técnicas e práticas, em detrimento de pensamentos mais conceituais e abstratos. Além disso, um outro fator, ligado a estes dois, também deve ser destacado. Pensar em jornalismo especializado diz respeito a ter de buscar um consenso sobre três manifestações empíricas referentes às suas especializações. 1) A especialização pode estar associada a meios de comunicação específicos (jornalismo televisivo, radiofônico, ciberjornalismo etc) e 2) a temas (jornalismo econômico, ambiental, esportivo etc), ou pode estar associada 3) aos produtos resultantes da junção de ambos (jornalismo esportivo radiofônico, jornalismo cultural impresso etc). Cada uma dessas materializações solicita investigações e normatizações singulares, o que cria uma dificuldade para se pensar, epistemologicamente, o cenário mais amplo da especialização no jornalismo.
Diante deste contexto, este artigo busca traçar um quadro de reflexões sobre as discussões acerca do jornalismo especializado no interior da teoria jornalística tendo