O jardim das delicias
1450 ou 1460, Hertogenbosch (Holanda)
1516, Hertogenbosch (Holanda)
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Hieronymus Bosch refletiu o temor do homem a Deus e o pavor ao diabo, através de figuras monstruosas
Hieronymus Bosch é o pseudônimo de Jeroen van Aeken. Nasceu e morreu em Hertogenbosch, de onde deriva a escolha de seu nome artístico. Era neto de um artista local, Jan van Aeken, e filho de Laurens van Aeken. Pouco se sabe sobre sua vida, mas acredita-se que jamais tenha deixado sua cidade natal.
A primeira referência ao nome de Bosch ocorre entre 1480 e 1481, na Confraria de Nossa Senhora, para a qual executou trabalhos, intermitentemente, até 1516, ano em que os livros da instituição lhe registram o falecimento.
Muito apreciado por seus contemporâneos, Bosch foi esquecido no século 19, para voltar a ser descoberto pelos surrealistas. Nenhum de seus trabalhos é datado, mas acredita-se que os primeiros sejam do período 1475-1480.
Registros da época demonstram que Filipe o Belo e Filipe 2º eram grandes admiradores de sua arte, fazendo-lhe frequentes encomendas de quadros. A quantidade de trabalhos de Bosch existentes na Espanha levou alguns críticos a levantarem a hipótese de ter ele estado naquele país, entre 1495 e 1505, mas tal hipótese não é confirmada por qualquer registro autenticado. Fé total e terror do inferno
Entre os primeiros trabalhos de Bosch estão "Os sete pecados capitais" e "Ecce hommo". Sua obra surge ao mesmo tempo como a última expressão de uma escola de pintura e a primeira de uma nova corrente.
Nessa nova corrente, inicialmente está refletida a tendência popular dos séculos 12 a 15, em que a fé total se mistura ao terror do inferno. O homem está em permanente luta contra seu inimigo eterno, que surge revestido das mais variadas formas: demônios, monstros, animais estranhos, fantásticos, metade gente, metade bicho.
Bosch, cujo desenho é sempre seguro, costuma cobrir as telas de verdadeira multidão