o humor levado a sério em as mentiras que os homens contam de luiz fernando veríssimo
3081 palavras
13 páginas
Introdução O humor tem sido analisado por diferentes vertentes de pesquisa em todos os tempos. Na grande maioria dessas pesquisas, o olhar se volta para a definição do humor, bem como para as diferentes faces que ele apresenta. Nesse trabalho, pretendemos trabalhar um outro lado do humor: as entrelinhas desse gênero, onde está camuflada a seriedade latente que, acompanhada de uma verdade, muitas vezes indesejada, solidifica seu conteúdo tão apreciado por aqueles de sentido apurado e perspicaz.
Tomando por base o gênero crônica, em especial as crônicas A Mentira, A Verdade e O Verdadeiro José, de Luiz Fernando Veríssimo, conceberemos o sério por trás do humor desse autor tão apreciado por leitores de todas as idades.
Para efetivar a perspectiva pretendida nesse trabalho, beberemos nos conceitos de autores consagrados como Aristóteles, Beth Brait (1997), Maria Janke Butzke (2007), Sylvia Helena Telarolli de Almeida Leite (2004), Tânia Franco Carvalhal (____), entre outros.
Iniciaremos fazendo uma abordagem dos conceitos e comparações de comédia x humor; riso x sério; crônica x humor, para esclarecer e apontar o corpus de estudo de nosso trabalho em uma perspectiva baseada na literatura comparada, fazendo, assim, uma análise comparativa das crônicas em questão e assinalando o sério, existente nas mesmas. Procurremos, também, mostrar que o gênero crônica é bastante produtivo - em termos de pesquisa acadêmica - e que o mesmo pode ser bem mais explorado em trabalhos científicos. Ainda pretendemos mostrar, aqui, que Luiz Fernando Veríssimo, autor eclético de reconhecida trajetória literária em nosso país, merece um olhar mais apreciador, de sua obra, por parte do meio acadêmico e que as crônicas produzidas por ele revelam um apurado domínio da Língua Portuguesa, sobretudo, da semantização das palavras e conceitos da mesma.
Comédia x Humor
Aristóteles, em sua obra, A Poética, faz uma breve alusão à comédia, para distingui-la da tragédia:
“A comédia é, como