O homem

LINTON, Ralph. O Homem: uma introdução à antropologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000. Cap. XXVI (Cultura e Personalidade).
Resenha Pág. 453 a 459:

Os status adquiridos são, muitas vezes, de grande importância funcional para a sociedade e pode ser que os indivíduos que vierem a ocupá-los sejam liberalmente recompensados. Mas as qualidades, especialmente as do tpo psicológico, que favorecem o triunfo num desses status, são, muito frequentemente, de natureza a servir de obstáculo ao triunfo na vida comum.
Em algumas sociedades tribais, por exemplo, aqueles que possuiam personalidade inadequada para serem guerreiros eram submetidos à atividades e vestimentas femininas, esperava-se com isso que se saíssem um pouco melhor que as mulheres recebendo muitas vezes elogios e prestígio pelos seus feitos.
As qualidades especiais ou os tipos psicológicos que várias sociedades aprovam ou recompensam, em conexão com seus status adquiridos, variam consideravelmente. Algumas sociedades cuidam mesmo, desta maneira, de pessoas que consideraríamos patológicas. Assim alguns grupos não apenas toleram indivíduos que sofrem de epilepsia, de alucinações ou de ataques histéricos, mas estimulam tais anormalidades e dão aos que as manifestam uma posição de honra.
Isso nos faz refletir e acreditar que os “loucos” de algumas sociedades não seriam simplesmente doentes mentais, mas, estariam ocupando posições de grande respeito e confiança. Receberiam um status especial, estabelecendo uma ponte entre a sociedade e o sobrenatural.
Parece provável existir, em alguma sociedade, algum status completamente adequado a qualquer tipo psicológico. Mas muito raramente a personalidade-status e a personalidade real coincidem exatamente para o mesmo indivíduo. Temos, portanto, em todas as sociedades, indivíduos desajustados.
Nota-se que todo indivíduo, seja homem ou mulher, possui experiências próprias que conceituam seu tipo de personalidade. Uma mesma experiência vivenciada por dois ou mais